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A Risk Veritas trás toda semana conteúdos relevantes e conhecimentos técnicos em diversos formatos para aumentar seu conhecimento em gestão de riscos.

Top 10 Global Risks (2020-2025)

Pesquisa da Axa com 3.595 especialistas em gestão de riscos em 57 países, aponta a percepção em relação a exposições de sociedade e empresas; e revela uma realidade inquestionável: vivemos em uma era de riscos sistêmicos e interconectados que exigem uma transformação radical em nossa abordagem de gestão. De conflitos crescentes à fragmentação geopolítica, o cenário de riscos globais parece muito diferente do que era há cinco anos. Algumas anotações: - Mudanças climáticas figuram como o principal risco global em 2025, posição que ocupa há quatro anos. Por suas dinâmicas intrínsecas, essas não operam isoladamente - elas amplificam tensões geopolíticas, aceleram pressões demográficas e potencial para deslocar pessoas, diminuir a produção agrícola em diversas regiões do mundo, impactar produção de energia e sistemas de saúde são alguns de tantos outros desdobramentos. - Eventos climáticos extremos: À medida que a natureza dos eventos, frequência e intensidade se aceleram, amplia-se o risco de danos à infraestrutura e à propriedade. Inclusive no Brasil!! - Instabilidade geopolítica aparece em seguida, já que o número de mortes em conflitos globais atingiu seu nível mais alto em 25 anos em 2024. - A demografia entrou para a lista em 2025, pela primeira vez. Além disso, especialistas na Itália, Japão e Alemanha a classificaram como risco relevante, visto que o envelhecimento da população impõe uma pressão crescente sobre as finanças públicas. - Avanços em inteligência artificial estão apresentando novas oportunidades e riscos, abrangendo desde a segurança nacional até o mercado de trabalho. Tecnicamente, há uma distinção fundamental entre categorias de risco e eventos de risco específicos que merece esclarecimento - categorias macro de risco refletem domínios de exposição onde eventos específicos podem se materializar. Funcionam como um radar para identificar áreas de concentração de ameaças. Servem para orientar a identificação de múltiplos eventos de risco específicos, e priorização em níveis organizacional e sistêmico. Um exemplo simples: na Categoria “Mudanças climáticas”; “Eventos específicos” podem incluir elevação do nível do mar afetando operações portuárias; secas prolongadas impactando cadeias de suprimento; redução de X% na produtividade agrícola de uma região, tempestades extremas danificando infraestrutura crítica. A aplicabilidade prática surge a partir da decomposição desses vetores. Na prática, utilizamos essas categorias para desenvolver registros de riscos detalhados em Eventos de risco específicos (o que pode acontecer), com probabilidade, impacto, tolerância, #Vulnerabilidades (!!!!), Indicadores de monitoramento (sinais de alerta precoce) etc; e planos de ação específicos para as organizações. O valor da pesquisa reside em alertar sociedade e organizações a refletirem sobre a importância da análise detalhada de eventos específicos que realmente importam para seus contextos operacionais. A correlação e interdependência entre esses vetores criam um efeito cascata que pode rapidamente transformar vulnerabilidades locais em crises sistêmicas globais; e exigem uma transformação radical em nossa abordagem de gestão.   Para organizações e governos, a mensagem é clara: a gestão de riscos não pode mais ser compartimentalizada. É necessário implementar frameworks integrados que reconheçam essas interconexões, invistam em resiliência adaptativa e construam capacidades de resposta que sejam tão dinâmicas quanto os próprios riscos que enfrentamos. O futuro pertence àqueles que conseguirem enxergar além dos silos tradicionais e abraçar uma visão holística da gestão de riscos empresariais. O tempo para mudanças incrementais acabou - a era da transformação sistêmica começou.

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Cadeia de Suprimento e Riscos Geopolíticos

24 Out 2025 Durante a pandemia ocorreram interrupções na produção por falta de chips; e dessa vez um problema geopolítico, entre China e Holanda ameaça provocar uma nova escassez e o risco de interrupção da cadeia de suprimento. Há poucos dias, o governo holandês assumiu o controle da subsidiária local de um grupo chinês de produção de semicondutores. Em resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos essenciais para módulos de controle, sistemas de injeção e produtos de alta tecnologia aplicados em veículos leves, comerciais e industriais. O setor aponta o risco de eventual paralisação e cumprimento de contratos de exportação; defende um programa governamental que favoreça a produção local de semicondutores. A volatilidade das relações internacionais, políticas comerciais e conflitos regionais geram um ambiente de negócios imprevisível, impactando cadeias de suprimentos, e a viabilidade de operações em certas geografias. Por hora, a interdependência econômica (um dos aspectos da globalização) continuará a caracterizar as relações internacionais. Entretanto, medidas para aumentar a resiliência de estratégias corporativas e geopolíticas ganharam mais relevância. Quais megatendências terão impacto na transformação dos negócios? De que forma eles afetam as estratégias de negócio? Quais são os Riscos Emergentes desse novo ambiente? Como as organizações estão encarando esses desafios? A capacidade de antecipar e mitigar os efeitos dessas incertezas torna-se um diferencial competitivo.

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Dinâmica do cenário global e a formulação de estratégias corporativas resilientes

A dinâmica do cenário global exige uma análise contínua e aprofundada para a formulação de estratégias corporativas resilientes. O relatório "Risk in Focus 2026 Global Summary" (4.000 executivos, 131 países) oferece alguns insights. A compreensão dessas tendências contribui para formar entendimento das ameaças e vulnerabilidade de cada organização. 1) Cibersegurança persiste como prioridade em todas as regiões e na maioria dos setores. Regiões como América do Norte e a Europa impulsionam essa média global, com classificações acima de 80%. A ubiquidade das ameaças cibernéticas, a crescente digitalização e pela sofisticação dos ataques impõem atenção contínua, defesas robustas, governança de dados e capacitação de equipes. A proteção dos ativos digitais e da infraestrutura crítica não é apenas uma questão de conformidade, mas um pilar da continuidade dos negócios. 2) Disrupção Digital (e inteligência artificial e tecnologias emergentes) foi o segundo risco que mais rapidamente escalou (aumento de 9 pontos percentuais). Maiores aumentos na América Latina (+17 pontos percentuais) e no Oriente Médio (+12 pontos percentuais). O resultado pode sugerir a dualidade da inovação tecnológica e oportunidades sem precedentes; enquanto também introduz novas vulnerabilidades e complexidades operacionais. A velocidade da mudança tecnológica desafia as estruturas tradicionais de governança e controle, demandando agilidade e expertise especializada. 3) Incerteza Geopolítica/Macroeconômica (+10 pontos percentuais) impulsionado por uma grande mudança na América do Norte (+19 pontos percentuais), acompanhada por aumentos substanciais na América Latina (+8), Europa (+6) e Ásia-Pacífico (+5). A volatilidade das relações internacionais, as políticas comerciais e os conflitos regionais geram um ambiente de negócios imprevisível, impactando cadeias de suprimentos, mercados financeiros e a própria viabilidade de operações em certas geografias. A capacidade de antecipar e mitigar os efeitos dessas incertezas torna-se um diferencial competitivo. 4) Complexidade da Resiliência dos Negócios: Enquanto Ásia-Pacífico e o Oriente Médio (ambas com 58%) a classificaram como um risco prioritário; a América Latina (35%) e a Europa (39%) registraram classificações mais baixas para a resiliência dos negócios. Esta disparidade sugere que para alguns a resiliência é percebida como resposta intrínseca a riscos complexos, como a incerteza geopolítica, enquanto para outros pode ser vista como uma capacidade a ser desenvolvida ou fortalecida. A variação regional ressalta a importância de uma análise contextualizada. A interconexão entre resiliência e outros riscos primários é evidente, e alerta sobre o óbvio - organização resiliente é aquela que consegue absorver choques e adaptar-se a um ambiente em constante mutação. Cenário da América Latina: a confluência da Disrupção Digital e dos Riscos Geopolíticos é particularmente acentuada. Líderes de auditoria na região indicaram aumento nos níveis de risco para a disrupção digital, impulsionado tanto pelos riscos elevados de cibersegurança decorrentes da IA quanto pelo receio de ficar para trás na implementação de novas tecnologias. Simultaneamente, as classificações de risco para a incerteza geopolítica também aumentaram, com as novas políticas comerciais anunciadas em maio de 2025 e repercussões significativas nas economias nacionais e nas empresas. Reflexões: O Estudo revela um panorama de riscos cada vez mais interconectado e volátil. Incerteza, Riscos e resiliência dos negócios não podem ser gerenciadas em silos. A correlação e a interdependência entre esses fatores exigem uma abordagem integrada da gestão de riscos empresariais. Conselhos e Executivos devem revisar estratégias, aprimorar modelos de análise e investir em capacidades que permitam não apenas reagir, mas antecipar incertezas. Qual a sua perspectiva sobre a evolução desses riscos em seu setor ou região? Compartilhe suas reflexões. #GestaoDeRiscos #Ciberseguranca #DisrupcaoDigital #InteligenciaArtificial #RiscosGeopoliticos #ResilienciaEmpresarial #AuditoriaInterna #ERM #Inovacao

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Gestão de Riscos e Soluções Baseadas na Natureza

Os projetos de soluções baseadas na natureza (SbN), como agroflorestas e infraestruturas verdes urbanas, ampliaram o debate sobre financiamento climático. Especialistas defendem que mecanismos integrados de gestão de riscos e securitização podem destravar recursos e atrair investidores. Entidades do setor apontam que combinar metodologias e experiencia em gestão dos riscos e securitização com garantias de desempenho e contratos pode criar estrutura que aumente a confiança dos investidores e a ampliação do fluxo de capital.  “Em setores consolidados, como energia renovável, há segurança jurídica e previsibilidade, mas em soluções baseadas na natureza ou em outros negócios de biodiversidade ainda não se mapeou todos os riscos e o dinheiro fica reticente.” Mecanismos de transferência de Riscos como ‘first loss’, em que há tranches de risco e um investidor, como um banco de desenvolvimento, assume a perda inicial em caso de prejuízo são apontados como um colchão de segurança para os demais investidores. Na visão de especialistas, os desafios da securitização incluem estabelecer um inventário de exposições, análise de cenários de perdas e mecanismos de gestão de riscos para definir o valor do prêmio; e ainda quem paga por ele em projetos de soluções baseadas na natureza. “Quando falamos da recuperação de ecossistemas, como seguro para manguezal ou para barreira de coral, é preciso identificar quem tem interesse. Se você pensa num grande hotel que vai sofrer com a ressaca da maré se a barreira de coral ou o manguezal estiverem devastados, essa organização tem interesse direto na manutenção do ecossistema.” Jéssica Bastos, (Susep). A implementação de metodologias estruturadas de gestão de riscos, fundamentadas em frameworks consolidados, emerge como elemento para destravar o mercado de soluções baseadas na natureza no Brasil. A adoção de abordagens sistemáticas que contemplem identificação abrangente de stakeholders, mapeamento detalhado de exposições através de inventários padronizados, análise quantitativa de cenários de perdas e modelagem de correlações e interdependências entre riscos ambientais, financeiros e operacionais, proporcionará a transparência e previsibilidade necessárias para atrair capital privado. Essas metodologias, quando integradas a mecanismos de transferência de riscos estruturados - como tranches hierarquizadas, seguros paramétricos e garantias de desempenho -, criarão um arcabouço robusto de governança que reduzirá significativamente as incertezas dos investidores. Em tempos de COP30, o tema está em pauta. Estamos prontos? Obs: Soluções baseadas na natureza usam ecossistemas para resolver desafios socioeconômicos e ambientais, como eventos climáticos extremos e segurança hídrica, enquanto geram renda e conservam a biodiversidade.  Risk Veritas, Valor Econômico, 20 Out 2025

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Incêndio em Fardos de Algodão

A produção de algodão na safra 2024/25 deve alcançar 4,08 milhões de toneladas de pluma, enquanto a estimativa para safra 2025/26 é de 4,03 milhões de toneladas, 2,14 milhões de hectares, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para além das incertezas de mercado, desafios de custeio, riscos agrícolas, risco climáticos, dentre outros; o setor é exigido a gerenciar riscos intrínsecos ao produto. Recentemente, outro incêndio de grandes proporções em fardos de algodão em algodoeira no Setor Industrial de Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia. (16 Out 2025). Esse tipo de ocorrência revela que não se trata apenas de ser eficiente, mas como empresas se deparam com os desafios de entender a natureza e abrangência das ameaças que podem afeta-las, ou ainda como controlá-las.  Recuperar-se de um evento catastrófico pode não ser possível. Obs: Cavitamia em Fardos de Algodão ocorre a partir da fermentação resultante da umidade e pela atuação de microrganismos que acaba por elevar a temperatura no interior dos fardos até o ponto de combustão da pluma sem produzir chama. O processo progride até a ignição da superfície do fardo em contato com o oxigênio.

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Cresce o mercado de armazenagem em centros urbanos

Puxado por comércio eletrônico e com forte capilaridade, negócio de “self storage” tem participação relevante de médias empresas. Muitos galpões deram lugar ao serviço de locação de espaços individuais para armazenamento divididos em boxes de 2 m2 até +200 m2. O modelo de negócio original passou atender pequenas e médias empresas que operavam em regiões periféricas e passaram a buscar espaços estratégicos para atender às entregas de última milha. A proximidade com o cliente final reduz prazos e custos de entrega. Em 4 anos o mercado cresceu 49,5% (de 147.770 boxes para 220.901), cerca de R$ 2,3 bilhões por ano (no mundo deve alcançar US$ 64 bilhões em 2026, Mordor Intelligence). O mercado aponta que o modelo pode se expandir para “self storages” em shoppings, supermercados, hotéis, centros comerciais e condomínios residenciais. A grande diversidade de perfis de ocupação e diversidade de produtos com potencial carga combustível e inflamável embute riscos intrinsecamente associados o tipo de ocupação. Eventos severos podem resultar em responsabilização dos operadores e usuários por danos materiais diretos e consequências (lucro cessante), danos a terceiros incluindo intoxicação por fumaça tóxica, danos ambientais, de tantos outros cenários. Empresas contemporâneas enfrentam um labirinto complexo de ameaças interconectadas, e desafios de entender como isso pode afeta-las, como desenvolver capacidades organizacionais para antecipar e mitigar, ou ainda transformá-las em vantagens competitivas e ter acesso a mercados e oportunidades que exigem maturidade. A Gestão de riscos empresarial, não trata apenas de ter autorizações legais para funcionamento, mas também de preservar vida, capital, patrimônio, reputação.   "O mercado de self storage representa uma convergência entre necessidade urbana crescente e oportunidade de negócio escalável. Empresas que investem em gestão proativa de riscos não apenas se protegem – elas criam vantagens competitivas sustentáveis que se traduzem em fidelização de clientes exigentes."

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Incêndio Esteira Transportadora – Estudo de Caso

Análise Crítica dos Riscos de Incêndio em Sistemas de Transporte Industrial e Suas Implicações para a Continuidade de Negócios Introdução A gestão de riscos corporativos transcende a mera proteção de ativos físicos, constituindo-se como elemento fundamental para a sustentabilidade operacional e competitividade empresarial no cenário industrial contemporâneo. O recente sinistro ocorrido em 13 de setembro de 2025, em uma unidade produtiva de achocolatados e derivados de café com capacidade anual de 120 mil toneladas, exemplifica de forma contundente as consequências da inadequada identificação e mitigação de riscos inerentes a sistemas de transporte industrial, particularmente esteiras transportadoras. Este evento, além de representar perdas patrimoniais significativas, evidencia a necessidade de implementação de metodologias estruturadas de gestão de riscos que contemplem não apenas aspectos técnicos de proteção, mas também considerações estratégicas relacionadas à continuidade operacional, preservação de market share e sustentabilidade financeira de longo prazo. Análise Técnica do Cenário de Risco Caracterização do Ambiente Operacional Indústrias alimentícias, particularmente aquelas dedicadas ao processamento de derivados de café e produtos achocolatados, apresentam perfil de risco patrimonial complexo devido à convergência de múltiplos fatores de exposição. A presença de materiais orgânicos finamente divididos, óleos industriais, sistemas de aquecimento e equipamentos de transporte mecânico configura um ambiente propício à ignição e propagação de incêndios. A capacidade produtiva de 120 mil toneladas anuais implica fluxo contínuo de materiais através de sistemas de transporte automatizados, onde esteiras transportadoras desempenham papel crítico na cadeia produtiva. Estas instalações, quando inadequadamente protegidas, representam pontos de vulnerabilidade que podem comprometer a integridade de toda a operação. Identificação de Vetores de Risco Críticos A análise técnica do sinistro revela quatro vetores primários de risco associados a sistemas de esteiras transportadoras: Acúmulo de Resíduos Combustíveis: A deposição progressiva de poeiras orgânicas, resíduos de produtos e óleos de lubrificação cria camadas combustíveis que, em contato com fontes de calor, podem iniciar processos de combustão espontânea ou facilitar a propagação de chamas. Este fenômeno é particularmente crítico em ambientes onde partículas de cacau, café e açúcar se acumulam em áreas de difícil acesso para limpeza regular. Falhas Mecânicas por Travamento de Rolos: O travamento de componentes rotativos gera atrito excessivo, elevando temperaturas locais a níveis críticos. Estudos técnicos demonstram que rolos travados podem atingir temperaturas superiores a 400°C em intervalos de 3 a 5 minutos, temperatura suficiente para ignição de materiais combustíveis próximos. Disfunções por Bloqueio de Correia: Quando ocorre bloqueio da correia enquanto tambores motores continuam operando, o atrito resultante produz aquecimento localizado extremo. Esta condição representa risco imediato de ignição, especialmente em presença de resíduos acumulados. Desalinhamento Operacional: O desalinhamento de correias provoca desgaste irregular e distribuição inadequada de carga, resultando em pontos de aquecimento localizado e comprometimento da integridade estrutural do sistema de transporte. Análise de Impactos Financeiros: Lucros Cessantes e Indisponibilidade Operacional Quantificação de Perdas por Interrupção de Negócios A indisponibilidade prolongada de instalações produtivas representa, frequentemente, o componente mais significativo de perdas financeiras em sinistros industriais. Para uma unidade com capacidade de 120 mil toneladas anuais, a análise de lucros cessantes deve contemplar múltiplas dimensões de impacto econômico que transcendem a simples perda de faturamento. Perda de Receita Bruta: Considerando margem média setorial de R$ 8.500 por tonelada para produtos achocolatados premium, a capacidade produtiva representa receita anual potencial de aproximadamente R$ 1,02 bilhão. A interrupção completa da produção por período de 18 meses – tempo típico para reconstrução e comissionamento de instalações desta magnitude – resultaria em perda bruta de receitas da ordem de R$ 1,53 bilhão. Impacto na Margem Operacional: Análise setorial indica que indústrias alimentícias de grande porte operam com margens EBITDA entre 15% a 25%. Para o caso específico, estimando margem operacional de 20%, a perda de resultado operacional durante período de indisponibilidade alcançaria aproximadamente R$ 306 milhões, valor que representa múltiplo significativo do investimento necessário para implementação de sistemas robustos de proteção. Custos de Oportunidade e Posicionamento Competitivo Perda de Market Share: A indisponibilidade prolongada em mercados oligopolizados como o de achocolatados implica transferência irreversível de participação de mercado para concorrentes. Estudos de casos similares demonstram que organizações submetidas a interrupções superiores a 12 meses experimentam redução permanente de 15% a 30% em sua base de clientes, impacto que se reflete em redução estrutural de receitas mesmo após retomada operacional. Deterioração de Relacionamentos Comerciais: Contratos de fornecimento de longo prazo, particularmente aqueles estabelecidos com grandes redes de varejo e distribuidores, frequentemente incluem cláusulas de penalidade e rescisão automática em casos de interrupção prolongada de fornecimento. A perda destes contratos estratégicos pode representar impacto adicional de R$ 200 a 400 milhões em receitas futuras comprometidas. Custos de Manutenção de Equipes e Estruturas: Durante período de indisponibilidade, organizações enfrentam dilema estratégico entre manutenção de equipes especializadas e estruturas administrativas versus redução de custos operacionais. A opção pela manutenção de estruturas implica custos fixos sem contrapartida de receitas, enquanto a desmobilização de equipes compromete capacidade de retomada operacional eficiente. Análise Temporal de Impactos Financeiros Fase Imediata (0-3 meses): Período caracterizado por custos emergenciais de contenção de danos, investigação de causas e planejamento de recuperação. Custos típicos incluem: consultoria especializada para avaliação de danos (R$ 2-5 milhões), manutenção de estrutura administrativa (R$ 15-25 milhões por trimestre), e gestão de relacionamento com stakeholders. Fase de Reconstrução (3-18 meses): Período de maior impacto financeiro, caracterizado por investimentos em reconstrução sem contrapartida de receitas. Além de custos diretos de reconstrução, esta fase inclui: escalation de custos devido à urgência (sobrecusto de 20-40% sobre valores normais de investimento), custos de project management especializado, e manutenção de licenças e certificações. Fase de Retomada (18-24 meses): Período de transição caracterizado por custos de comissionamento, retomada gradual de produção e recuperação de relacionamentos comerciais. Custos específicos incluem: treinamento e recertificação de equipes, testes de qualidade e certificação de produtos, campanhas de marketing para recuperação de market share. Custos Indiretos e Impactos Sistêmicos Impactos na Cadeia de Suprimentos: A interrupção de uma unidade produtiva de grande porte gera efeitos cascata em toda cadeia de suprimentos. Fornecedores de matérias-primas especializadas podem enfrentar redução significativa de demanda, enquanto prestadores de serviços logísticos experimentam ociosidade de capacidade contratada. Estes impactos frequentemente resultam em renegociação desfavorável de contratos futuros e perda de condições comerciais preferenciais. Impactos Regulatórios e de Compliance: Sinistros de grande magnitude frequentemente desencadeiam investigações regulatórias e revisões de licenciamento que podem resultar em exigências adicionais para retomada operacional. Custos associados incluem adequações normativas, auditorias de terceira parte e implementação de medidas corretivas que podem exceder significativamente investimentos originalmente planejados. Impactos Reputacionais e de Valor de Marca: Sinistros significativos podem afetar percepção de qualidade e confiabilidade de produtos, impactando valor de marca e exigindo investimentos adicionais em marketing e comunicação corporativa para recuperação de posicionamento. Estudos setoriais indicam que recuperação completa de valor de marca pode requerer investimentos de 5% a 10% do faturamento anual durante período de 2 a 3 anos. Modelagem de Cenários de Recuperação Cenário Otimista (12-15 meses de indisponibilidade): Pressupõe reconstrução eficiente com mínima escalation de custos e recuperação acelerada de market share. Perda total estimada: R$ 800 milhões a R$ 1,2 bilhão. Cenário Realístico (18-24 meses de indisponibilidade): Considera complexidades típicas de projetos de reconstrução industrial e recuperação gradual de posicionamento competitivo. Perda total estimada: R$ 1,5 bilhão a R$ 2,2 bilhões. Cenário Pessimista (24-36 meses de indisponibilidade): Contempla complicações regulatórias, dificuldades de financiamento e perda irreversível de market share. Perda total estimada: R$ 2,5 bilhões a R$ 3,5 bilhões. FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA PARA GESTÃO DE RISCOS Aplicação da Metodologia ALARP (As Low As Reasonably Practicable) A gestão eficaz de riscos em sistemas de transporte industrial demanda abordagem estruturada baseada na redução de riscos a níveis tão baixos quanto razoavelmente praticáveis. Esta metodologia pressupõe análise quantitativa de probabilidade de ocorrência, magnitude de consequências e viabilidade econômica de medidas de controle. Para o contexto específico de esteiras transportadoras em indústrias alimentícias, a aplicação da metodologia ALARP implica implementação de camadas múltiplas de proteção, englobando medidas preventivas, detectivas e corretivas. Estrutura de Controles Integrados Controles Preventivos Primários: Implementação de protocolos rigorosos de manutenção preditiva baseados em monitoramento contínuo de parâmetros operacionais críticos, incluindo temperatura, vibração e corrente elétrica. A manutenção preventiva deve ser complementada por procedimentos sistemáticos de limpeza e remoção de resíduos combustíveis. Sistemas de Detecção Avançada: Instalação de redes de sensores multidisciplinares capazes de identificar condições anômalas em estágios incipientes. Tecnologias de termografia infravermelha, detecção de gases de combustão e monitoramento de vibração devem ser integradas em sistemas de supervisão centralizados. Mecanismos de Resposta Automática: Desenvolvimento de protocolos de resposta automática que incluam parada imediata de sistemas de transporte, acionamento de sistemas de supressão e isolamento de áreas afetadas. A integração entre sistemas de detecção e controle operacional é fundamental para minimização de tempo de resposta. ESTRATÉGIAS DE MITIGAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS Implementação de Sistemas de Supressão Especializados A proteção eficaz de esteiras transportadoras demanda sistemas de supressão especificamente projetados para este tipo de aplicação. Sistemas convencionais de sprinklers, embora adequados para proteção geral de edificações, podem apresentar limitações em cenários envolvendo equipamentos sensíveis e processos contínuos. Sistemas de nebulização de alta pressão representam alternativa tecnologicamente superior, oferecendo capacidade de supressão eficaz com menor volume de água e reduzido impacto sobre equipamentos eletrônicos. Adicionalmente, sistemas de supressão por gases inertes podem ser considerados para áreas críticas onde a presença de água poderia comprometer produtos ou equipamentos. Integração de Sistemas de Controle A interligação entre sistemas de detecção de incêndio e controles operacionais de esteiras constitui elemento crítico para minimização de danos. Esta integração deve contemplar não apenas parada automática de equipamentos, mas também procedimentos de isolamento de energia, redirecionamento de fluxos produtivos e acionamento de protocolos de emergência. A implementação de sistemas redundantes e fail-safe é fundamental para garantir confiabilidade operacional mesmo em cenários de falha parcial de componentes do sistema de proteção. CONSIDERAÇÕES SOBRE RETORNO DE INVESTIMENTO E VALOR CORPORATIVO Quantificação de Benefícios Tangíveis A análise econômica de investimentos em gestão de riscos deve contemplar não apenas custos de implementação, mas também benefícios tangíveis e intangíveis decorrentes da redução de exposições. Considerando o potencial de perdas por lucros cessantes identificado na análise anterior (R$ 1,5 a 3,5 bilhões), investimentos em sistemas integrados de proteção da ordem de R$ 50 a 80 milhões apresentam relação custo-benefício extraordinariamente favorável. Estudos setoriais demonstram que investimentos adequados em sistemas de proteção contra incêndio apresentam retorno médio de 300 a 500% ao longo de ciclos operacionais de cinco anos, considerando exclusivamente a redução de exposição a perdas diretas. Quando incorporados impactos de lucros cessantes, o retorno pode alcançar múltiplos de 15 a 25 vezes o investimento inicial. Impactos Estratégicos na Competitividade Além de benefícios econômicos diretos, a implementação de sistemas robustos de gestão de riscos contribui para fortalecimento da posição competitiva através de múltiplos vetores: redução de prêmios de seguro, melhoria em ratings de sustentabilidade corporativa, conformidade com requisitos regulatórios internacionais e fortalecimento da confiança de stakeholders. Organizações que demonstram excelência em gestão de riscos frequentemente obtêm condições mais favoráveis para financiamentos, parcerias estratégicas e expansão para mercados internacionais, onde padrões de gestão de riscos são critérios determinantes para qualificação de fornecedores. Recomendações Estratégicas para Implementação Estruturação de Programas de Gestão de Riscos A implementação eficaz de programas de gestão de riscos patrimoniais demanda abordagem sistêmica que integre aspectos técnicos, operacionais e estratégicos. Recomenda-se estruturação em fases sequenciais, iniciando com diagnósticos abrangentes de vulnerabilidades, seguidos de desenvolvimento de estratégias customizadas e implementação gradual de medidas de controle. A fase de diagnóstico deve contemplar auditorias técnicas detalhadas, análises de conformidade normativa e avaliações de adequação de sistemas existentes. Subsequentemente, o desenvolvimento de estratégias deve considerar não apenas aspectos técnicos, mas também restrições orçamentárias, cronogramas operacionais e impactos sobre processos produtivos. Estabelecimento de Governança e Monitoramento A sustentabilidade de programas de gestão de riscos requer estabelecimento de estruturas de governança adequadas, incluindo definição de responsabilidades, procedimentos de monitoramento e métricas de performance. Indicadores-chave de desempenho devem ser estabelecidos para acompanhamento contínuo da eficácia de medidas implementadas. Adicionalmente, programas de treinamento e conscientização são fundamentais para garantir aderência operacional a procedimentos estabelecidos e manutenção de cultura organizacional voltada à prevenção de riscos. Conclusão O sinistro ocorrido na indústria de achocolatados evidencia de forma inequívoca a importância crítica da gestão proativa de riscos patrimoniais em ambientes industriais complexos. A análise técnica apresentada demonstra que riscos associados a esteiras transportadoras, embora frequentemente subestimados, podem resultar em consequências catastróficas para a continuidade operacional e sustentabilidade financeira de organizações. A quantificação detalhada de impactos por lucros cessantes, revelando exposições potenciais de R$ 1,5 a 3,5 bilhões, contextualiza a magnitude dos riscos envolvidos e justifica economicamente investimentos robustos em sistemas de proteção. A relação custo-benefício extraordinariamente favorável – com retornos potenciais de 15 a 25 vezes o investimento inicial – demonstra que a gestão de riscos patrimoniais representa não apenas necessidade operacional, mas oportunidade estratégica de criação de valor. A implementação de metodologias estruturadas de gestão de riscos, contemplando sistemas integrados de prevenção, detecção e supressão, representa não apenas necessidade operacional, mas imperativo estratégico para organizações que aspiram à excelência operacional e liderança setorial. Organizações que reconhecem a gestão de riscos como investimento estratégico, ao invés de custo operacional, posicionam-se de forma diferenciada no mercado, obtendo vantagens competitivas sustentáveis através da redução de vulnerabilidades, otimização de custos operacionais e fortalecimento da confiança de stakeholders. A transformação de exposições em oportunidades constitui o diferencial competitivo das organizações líderes no cenário industrial contemporâneo. Investir em gestão de riscos patrimoniais não é opção, mas determinante fundamental para sustentabilidade e crescimento empresarial. Nota Técnica: Esta análise fundamenta-se em princípios estabelecidos de engenharia de riscos e normas técnicas reconhecidas internacionalmente. Para avaliações específicas de instalações particulares, recomenda-se consultoria especializada com profissionais habilitados em gestão de riscos patrimoniais e proteção contra incêndio.

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Da Frota à Receita Verde: Como a Descarbonização do Transporte pode Gerar Receita com Créditos de Carbono

O setor de transporte experimenta desafios no controle de emissões de gases de efeito estufa (GEE), no entanto também estão sendo geradas novas oportunidades. Empresas que investem na descarbonização de suas frotas reduzem o impacto ambiental de suas operações, mas também podem gerar receita extra com a venda de créditos de carbono. A Jornada do Crédito de Carbono: Do Combustível Fóssil à Monetização Um crédito de carbono representa a redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2​) equivalente. Para gerar esses créditos, uma empresa precisa demonstrar que sua iniciativa de descarbonização é adicional, ou seja, que a redução de emissões só aconteceu por causa da sua ação. A eletrificação da frota ou a transição para biocombustíveis são possibilidades de reduzir as emissões diretas de carbono dos veículos; e uma empresa pode quantificar a quantidade de GEE que deixou de emitir. Para gerar créditos, o projeto deve estabelecer uma linha de base (baseline), que é o nível de emissões que a frota teria se continuasse usando combustíveis fósseis. A diferença entre essa linha de base e as emissões reais (nulas, no caso do veículo elétrico) se traduz em créditos de carbono. O processo de certificação segue uma metodologia rigorosa, supervisionada por padrões internacionais como o Verra (Verified Carbon Standard) ou o Gold Standard. Ambas as plataformas oferecem metodologias específicas para projetos de transporte, garantindo que as reduções de emissões sejam reais, permanentes e verificáveis. O Processo de Geração de Créditos na Prática Independentemente do caminho escolhido (eletrificação ou biocombustíveis), o processo de geração de créditos de carbono segue etapas bem definidas: Desenho do Projeto: A empresa elabora um documento detalhado, com o auxílio de consultores, descrevendo o projeto, a metodologia a ser usada e o plano de monitoramento. Validação: Um auditor independente credenciado verifica se o projeto está de acordo com as regras do padrão escolhido (Verra ou Gold Standard). Registro: Após a validação, o projeto é registrado na plataforma. Verificação: A empresa monitora e coleta dados anualmente (ou em períodos pré-determinados). Um auditor externo verifica se os dados são precisos e se as reduções de emissões foram alcançadas. Emissão e Venda: Se a verificação for aprovada, os créditos de carbono são emitidos e podem ser vendidos no mercado voluntário para empresas que desejam compensar suas próprias emissões. Conclusão: Uma Estratégia de Negócios Sustentável A descarbonização de frotas é mais do que uma tendência; é uma estratégia de negócios que alinha sustentabilidade com resultados financeiros. A capacidade de monetizar a redução de emissões por meio do mercado de carbono oferece um retorno sobre o investimento que vai além da economia de combustível, fortalecendo a reputação da empresa e atraindo investidores cada vez mais atentos às práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança). O futuro do transporte é verde, e as empresas que agem agora terão uma vantagem competitiva significativa.

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Expansão de Data Centers e Riscos de Infraestrutura

A era da Inteligência Artificial (IA) está redefinindo os paradigmas de infraestrutura de TI, e os Data Centers estão no epicentro dessa transformação. Numa correlação intrínseca entre a expansão, o consumo crescente de energia e água, e os riscos sistêmicos. As projeções para a demanda global por data centers é reflete a digitalização crescente da economia e da sociedade, agora acelerada pela IA. A McKinsey projeta que o investimento até 2030 atingirá US$5.2 trilhões. O Imperativo Energético da Inteligência Artificial: A ascensão vertiginosa da Inteligência Artificial Generativa e de outras usos intensivos em computação está gerando demanda de energia sem precedentes, transformando radicalmente o design e a operação de Data Centers.   A correlação é direta - quanto mais avançados e poderosos os chips de IA, maior a necessidade de energia e soluções de resfriamento - introduzindo desafios complexos e interdependentes que exigem uma abordagem de gestão de riscos empresarial robusta. O que antes eram servidores web convencionais, com perfil de consumo relativamente estável, agora cedem lugar a Unidades de Processamento Gráfico e aceleradores de IA que demandam mais energia. Há vinte anos, um grande centro de dados teria 20 megawatts instalado, hoje, pode alcançar gigawatts ou mais. Antes, a área de um Data Center era majoritariamente dedicada aos próprios servidores, mas já se observa que a proporção começa a se inverter drasticamente - cerca de 70% da área útil é agora alocada a equipamentos de energia e resfriamento, incluindo geradores, UPS, painéis de distribuição, chillers e sistemas de bombeamento, inclusive de resfriamento líquido direto ao chip ou a imersão em fluidos dielétricos para manter a estabilidade operacional e a longevidade dos equipamentos. Essas instalações representam carga adicional nas redes elétricas locais, exigindo investimentos maciços em infraestrutura de transmissão e distribuição. A escolha do local torna-se um exercício complexo, onde a proximidade a subestações e a disponibilidade de terrenos adequados para estruturas de grande porte são determinantes. Riscos Associados à Interrupção de Energia:   Essa mudança sublinha a complexidade dos riscos e de engenharia necessária - não se trata apenas de computar, mas de suprir e gerenciar as condições ideais de funcionamento. Riscos Associados à Interrupção de Energia: Essa mudança sublinha a complexidade dos riscos e de engenharia - não se trata apenas de processar, mas de gerenciar as condições ideais de funcionamento.A interrupção de energia é uma das ameaças mais críticas e temidas, podendo resultar em perdas financeiras severas, danos à reputação, interrupção de serviços essenciais e degradação ou perda de dados. A confiança na era digital depende intrinsecamente de uma fonte de energia ininterrupta. Os impactos de uma falha de energia vão muito além da simples interrupção. Eles abrangem: Perdas financeiras diretas: Perda de receita de serviços, multas contratuais (SLA), custos de recuperação e reparo. Danos à reputação: Perda de confiança do cliente, publicidade negativa e impacto de longo prazo na marca. Impacto operacional: Paralisação de negócios, interrupção de cadeias de suprimentos e serviços essenciais. Perda de dados: Embora raros com sistemas de proteção adequados, blackouts severos podem causar corrupção ou perda de dados. Estratégias para Mitigar Riscos de Interrupção de Energia: A mitigação eficaz desses riscos exige uma abordagem sistêmica e redundante, incorporando os princípios de resiliência desde o design até a operação. Sistemas de Energia Ininterrupta (UPS): São a primeira linha de defesa contra quedas de energia momentâneas, fornecendo energia da bateria enquanto os geradores são acionados. O dimensionamento e manutenção são cruciais. Geradores Diesel/Gás Naturais: Essenciais para fornecer energia por longos períodos durante interrupções da rede. Devem ser testados regularmente, ter capacidade de combustível suficiente para dias de autonomia e planos de reabastecimento de emergência. A redundância (N+1, 2N) é padrão da indústria. Conexões Múltiplas à Rede Elétrica (Dual Grid Feeds): Conectar o Data Center a diferentes subestações ou linhas de transmissão da concessionária de energia, provenientes de pontos de alimentação distintos, reduz o risco de uma falha de ponto único na rede externa. Microgrids e Fontes de Energia Distribuída: A integração de fontes de energia renovável (solar, eólica) e sistemas de armazenamento de bateria (BESS - Battery Energy Storage Systems) pode criar microgrids autônomos, reduzindo a dependência da rede elétrica tradicional e aumentando a resiliência. Planejamento de Continuidade de Negócios e Recuperação de Desastres (BCDR): Além da infraestrutura física, é vital ter planos detalhados para o que fazer se uma interrupção ocorrer. Isso inclui procedimentos de desligamento seguro, planos de recuperação de dados, comunicação de crise e estratégias de failover para Data Centers secundários ou em nuvem. Manutenção Preditiva e Preventiva: Implementar programas rigorosos de manutenção para todos os componentes críticos da infraestrutura de energia (geradores, UPS, transformadores, painéis). O uso de IoT e IA para monitoramento preditivo pode antecipar falhas antes que ocorram. Auditorias e Testes de Resiliência: Realizar auditorias independentes e testes de resiliência (como simulações de falha de energia) regularmente para identificar vulnerabilidades e garantir que os sistemas funcionem conforme o esperado sob estresse. A gestão de riscos empresariais aqui se manifesta na avaliação contínua da probabilidade e do impacto de falhas, na alocação de recursos para a mitigação mais eficaz e na criação de uma cultura de resiliência em toda a organização. Recomendações para a Gestão Eficaz dos Riscos e Sustentabilidade em Data Centers Para Alfredo Chaia, a abordagem à gestão de riscos em Data Centers, especialmente no contexto da IA, deve ser sistêmica e orientada para a sustentabilidade. 1. Priorizar a Eficiência Energética e Hídrica desde o Design (PUE e WUE): 2. Otimização do PUE (Power Usage Effectiveness): Ir além do mínimo necessário. Implementar as melhores práticas de design (corredores quentes/frios, contenção de ar, free cooling) e buscar tecnologias inovadoras como resfriamento líquido ou por imersão, que podem reduzir drasticamente a necessidade de energia para resfriamento e, consequentemente, o PUE. 3. Gestão do WUE (Water Usage Effectiveness): Avaliar e otimizar o consumo de água, especialmente em sistemas de resfriamento. Considerar tecnologias que minimizem o uso de água, como resfriamento a ar em certas condições climáticas, ou o reuso de água. Em locais com escassez hídrica, priorizar sistemas de resfriamento que não dependam de água. 4. Investimento Contínuo em Tecnologias de Resfriamento Avançadas: 5. A natureza do calor gerado pelos chips de IA exige um shift para soluções como resfriamento líquido direto ao chip (Direct-to-Chip Liquid Cooling) ou sistemas de imersão (Immersion Cooling). Essas tecnologias são mais eficientes na remoção de calor de alta densidade e podem reduzir significativamente o consumo de energia e água. 6. Localização Estratégica e Diversificação de Fontes de Energia: 7. A seleção do local deve ir além da mera disponibilidade de terra. Avaliar a capacidade da rede elétrica local, a estabilidade das fontes de energia, a disponibilidade de energias renováveis e o potencial para construção de microgrids. 8. Explorar parcerias com concessionárias de energia para garantir a infraestrutura necessária e o acesso a energias limpas. Considerar a aquisição de créditos de energia renovável (RECs) ou o investimento direto em projetos de energia solar/eólica. 9. Implementação de um Framework Robusto de ERM (Enterprise Risk Management): 10. Avaliação de Riscos Sistêmica: Não apenas riscos operacionais (falha de energia), mas também riscos estratégicos (demanda não comprovada), financeiros (custos de chips, investimento de capital), regulatórios (restrições de uso de água, emissões) e de reputação. 11. Cenário Planning e Stress Testing: Desenvolver e testar cenários de falha de energia, desastres naturais, interrupções na cadeia de suprimentos e volatilidade do mercado para garantir a prontidão operacional e a adequação das estratégias de mitigação. 12. Monitoramento Contínuo e Auditoria: Utilizar plataformas de monitoramento em tempo real e realizar auditorias regulares por terceiros para garantir a conformidade com as melhores práticas de segurança e resiliência. 13. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos para Componentes Críticos: 14. Dado o custo e a escassez de chips de IA e outros componentes críticos, implementar um gerenciamento rigoroso da cadeia de suprimentos. Isso inclui a diversificação de fornecedores, a negociação de contratos de longo prazo e a manutenção de estoques de segurança para peças de reposição essenciais. 15. Colaboração com Partes Interessadas e Formulação de Políticas: 16. Engajar-se ativamente com governos, concessionárias de energia e órgãos reguladores para influenciar políticas que apoiem a construção de Data Centers sustentáveis e resilientes, incluindo incentivos fiscais para eficiência energética e o desenvolvimento de infraestrutura de rede robusta. 17. Sustentabilidade como Pilar Estratégico: 18. Incorporar os princípios de infraestrutura sustentável em todas as fases do ciclo de vida do Data Center, desde o planejamento até a operação e desativação. Isso se alinha perfeitamente com sua expertise em "Sustainable Infrastructure" e a premissa de que a infraestrutura é essencial para a qualidade de vida e o desenvolvimento socioeconômico. A busca por emissões líquidas zero e o uso responsável de recursos são não apenas uma responsabilidade corporativa, mas um imperativo de resiliência.   Conclusão A expansão dos Data Centers, impulsionada pela demanda por capacidade de IA, representa um ponto de inflexão crítico na infraestrutura global. Exige uma abordagem audaciosa e meticulosa, focada na otimização de recursos e na resiliência. A capacidade de prever, mitigar e responder a essas ameaças será o diferencial entre as organizações que prosperarão e aquelas que enfrentarão interrupções sistêmicas.

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O Marco Legal do Carbono: Lei 15.042/2024 e Impactos para Empresas de Logística no Brasil

A paisagem de negócios está em constante transformação, e os impactos da sustentabilidade nos negócios tomam um pilar central para se consolidar como um vetor de risco e oportunidade financeira. O setor de logística representa cerca de 18,4% do PIB do país  (dado de 2023, segundo a ABOL) desempenha um papel crucial na economia brasileira e é responsável por mais de 16% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil (dado de 2022, segundo a KPMG). Uma nova peça chave acaba de ser adicionada a esse cenário: a Lei Federal 15.042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) e,longe de ser apenas uma formalidade, este marco legal representa uma mudança estrutural com impactos diretos e indiretos significativos para as empresas de logística, mesmo aquelas que não operam no mercado de capitais. Desvendando o SBCE: O Que a Lei 15.042/2024 Realmente Significa? Em essência, a Lei 15.042/2024 regulamenta o mercado de carbono no Brasil, criando um sistema de “cap-and-trade” que estabelece limites para as emissões de GEE e permite a compra e venda de cotas de emissão e créditos de carbono. O objetivo é claro: incentivar a descarbonização da economia brasileira, alinhando-se às metas climáticas internacionais. Para o setor logístico, conhecido por sua intensidade no uso de combustíveis fósseis, a atenção deve ser redobrada. Os Impactos Inegáveis para o Setor Logístico Obrigações de Monitoramento e Reporte (MRV): Acima de 10.000 tCO2e/ano: Empresas de logística que emitirem mais de 10 mil toneladas de CO2 equivalente por ano deverão submeter anualmente um relato detalhado de suas emissões ao SBCE. Isso exige um sistema robusto de Medição, Relato e Verificação (MRV) de GEE, o que pode representar um novo desafio operacional e de dados. Acima de 25.000 tCO2e/ano: A partir desse patamar, a empresa passa a ser um “operador regulado” e terá que reconciliar suas emissões periodicamente, utilizando Cotas Brasileiras de Emissões (CBEs) ou Certificados de Redução ou Remoção Verificada (CRVEs). O que isso significa na prática? Muitas transportadoras, operadores logísticos e empresas com grandes frotas provavelmente se enquadrarão nesses limites. A capacidade de mensurar com precisão as emissões de Escopo 1 (frota própria, instalações) será fundamental, demandando investimentos em tecnologia, treinamento e novas estratégias para o negócio. Novos Custos Operacionais ou Ganhos de Receita: Custo da Emissão: Se uma empresa exceder suas cotas de emissão (CBEs), ela será obrigada a comprar créditos de carbono no mercado, o que se traduz em um custo adicional direto. Este é o preço da ineficiência ou da não adaptação. Oportunidade de Monetização: Por outro lado, empresas que investirem em descarbonização e conseguirem reduzir suas emissões abaixo do limite alocado poderão vender o excedente de suas cotas ou gerar CRVEs, transformando o esforço ambiental em uma nova fonte de receita. Incentivos e a Vantagem Competitiva no Horizonte A Lei 15.042/2024 não é apenas sobre conformidade, pode ser uma oportunidade de inovação e criação de diferencial competitivo: Aceleração da Descarbonização: A pressão econômica e regulatória impulsionará o investimento em: Frotas mais limpas: Veículos elétricos, híbridos, movidos a biocombustíveis avançados. Otimização de rotas: Redução de quilometragem e consumo. Eficiência energética: Em armazéns e centros de distribuição. Logística reversa e circularidade. Fortalecimento ESG e Acesso ao Mercado: Demanda dos Clientes: Empresas listadas (CVM 193/2023) e grandes multinacionais (CSRD da UE) estão sob forte pressão para reportar suas emissões de Escopo 3, principalmente com a aprovação da da norma referente aos padrões IFRS S1 e S2 através da Resolução CVM Nº 193/2023 – que incluem o transporte e a logística de seus fornecedores. Operadores logísticos com bom desempenho no SBCE e capacidade de fornecer dados de emissão transparentes se tornarão parceiros preferenciais. Acesso a Financiamento: Instituições financeiras estão cada vez mais priorizando negócios com bom desempenho ESG. Empresas de logística conformes e com metas de descarbonização terão mais facilidade e, potencialmente, melhores condições de acesso a linhas de crédito verde e investimentos. Maior Segurança Jurídica: A existência de um marco legal claro para o mercado de carbono reduz incertezas e encoraja investimentos de longo prazo em projetos de redução de GEE, tornando o ambiente de negócios mais previsível. A Lei 15.042/2024 é um divisor de águas. As empresas de logística que agirem proativamente na mensuração, gestão e redução de suas emissões não apenas cumprirão uma nova obrigação legal, mas também construirão resiliência, otimizarão custos e se posicionarão como líderes em um mercado que valoriza cada vez mais a sustentabilidade. Na Risk Veritas, compreendemos a complexidade dessa transição e estamos prontos para auxiliar sua empresa a navegar por este novo cenário regulatório, transformando riscos em oportunidades e garantindo que você esteja à frente na corrida pela sustentabilidade. Entre em contato conosco para saber como podemos apoiar sua empresa na jornada: contato@riskveritas.com.br.

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Riscos Geopolíticos na Cadeia Logística Global – Contexto Estratégico e Interdependência Sistêmica

A correlação entre instabilidade regional e logística global se reafirma, enquanto a interdependência sistêmica revela a necessidade urgente de desenvolver redundâncias estratégicas nas cadeias de suprimento críticas.Pouco tempo antes acompanhamos as tensões em torno do estreito de Ormuz - estreito entre o golfo de Omã ao sudeste e o golfo Pérsico ao sudoeste. Na sua costa norte está o Irã e na costa sul os Emirados Árabes Unidos e um enclave de Omã.Na sequência, o contexto do Mar Vermelho exemplifica como riscos geopolíticos regionais podem gerar efeitos cascata em escala global nas cadeias de suprimento modernas quando expostas a chokepoints estratégicos.Mapeamento de Riscos Primários: observam-se fontes de riscos geopolíticos direto com Milícia Houthi e ataques direcionados a embarcações pressionando risco operacional marítimo e redução de 55% no tráfego através do Estreito de Bab al-Mandab (79 navegações diárias em outubro/2023 para 35 em julho/2025), e consequente ruptura da normalidade operacional.Análise de interdependência revela correlação direta entre a intensificação das tensões no Oriente Médio com aumento de ataques marítimos; aumento da percepção de risco com a redução do tráfego marítimo e aumento de prêmios de seguro.Interdependência Sistêmica e Impactos Estratégicos na Cadeia de Suprimentos: A dimensão temporal dos impactos aponta para eventual reorganização de rotas comerciais globais; pressões inflacionárias em commodities e energia. Impacto nos just-in-time supply chains.Primeira Ordem: Ataques→Redução do tráfego marítimo. Segunda Ordem: Redução do tráfego→Aumento de custos de seguro/frete. Terceira Ordem: Custos elevados→Rotas por Cabo da Boa Esperança. Quarta Ordem: Rotas alternativas→Pressão inflacionária.Alguns setores críticos mais afetados incluem Energia: Petróleo e GNL do Golfo Pérsico para Europa. Commodities: Grãos, fertilizantes e matérias-primas. Manufatura: componentes e produtos acabados.Natural que dentre as estratégias de mitigação e gestão de riscos de nível operacional apontem para diversificação de rotas alternativas e custos associados, desenvolvimento de corredores alternativos via Cabo da Boa Esperança; ou exploração de rotas terrestres.No longo prazo podem ocorrer redesenho estrutural de cadeias de suprimento; diversificação geográfica de fornecedores.Lições Estratégicas: mais uma vez, destaca-se a necessidade de desenvolver resiliência sistêmica, implementar diversificação geográfica; além de manter capacidade adaptativa para choques exógenos.Conclusão: A interdependência entre riscos geopolíticos e operacionais demonstra como eventos localizados podem ser disruptivos com efeitos globais em cascata.A gestão eficaz destes riscos exige uma abordagem holística que combine análise geopolítica, diversificação operacional e instrumentos financeiros de proteção. Risk Veritas

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Carregadores de Veículos Elétricos em Garagens: Riscos e Regulação em Foco

A expansão dos veículos elétricos pretende contribuir para modernização da mobilidade e na busca por soluções mais sustentáveis. No entanto, o avanço tecnológico deve ser acompanhado por uma análise criteriosa dos riscos, garantindo segurança e viabilidade em todos os níveis. A recente regulamentação em São Paulo sobre a instalação de carregadores de veículos elétricos em garagens exemplifica essa necessidade de equilíbrio entre inovação e prudência. Enquanto países como a França adotam uma abordagem mais conservadora – permitindo a instalação de pontos de recarga apenas em áreas externas ou vias públicas, com espaçamentos adequados – o Brasil segue um caminho que busca compatibilizar segurança e viabilidade técnica. Após mais de um ano de discussões, o Governo de São Paulo, em parceria com o Corpo de Bombeiros, SindusCon-SP e ABVE, estabeleceu uma regulamentação que exige a instalação de chuveiros automáticos (sprinklers), detectores de fumaça e sistemas de exaustão em garagens de prédios que optarem por pontos de recarga para veículos elétricos. Essa medida é um avanço importante, mas também reflete os desafios técnicos e financeiros da implementação em áreas internas, especialmente em edificações existentes, onde adaptações podem ser proibitivamente caras. Mesmo com essas exigências, os riscos associados às baterias de íon-lítio – que podem gerar incêndios de alta intensidade e difícil controle em ambientes fechados – continuam sendo uma preocupação central. Riscos Associados às Baterias de Íon-Lítio Um dos principais pontos de atenção é o potencial de incêndios de alta intensidade e difícil controle em ambientes fechados, causado pelas baterias de íon-lítio, componentes essenciais dos veículos elétricos. Apesar de a regulamentação paulista buscar equilibrar segurança e viabilidade técnica – descartando soluções mais radicais, como baias corta-fogo – a proteção de vidas e patrimônios deve permanecer como prioridade máxima. Impactos no Mercado Imobiliário e Automotivo Para o setor imobiliário, os impactos financeiros são imediatos. Incorporadoras e administradoras de condomínios já projetam aumentos significativos nos custos de infraestrutura, o que pode desestimular adaptações em edifícios antigos e encarecer novos projetos. Em um momento de margens reduzidas, esses investimentos precisam ser avaliados com cautela, como apontado pela Folha de São Paulo. No setor automotivo, a preocupação é com o ritmo de adoção dos veículos elétricos, especialmente em grandes centros urbanos, onde a recarga em garagens residenciais e comerciais é essencial. A transição energética, embora desejável, não pode comprometer os princípios de segurança e a viabilidade econômica. Prudência: A Bússola da Inovação O crescimento do mercado de veículos elétricos, que vinha em ritmo acelerado, agora será observado com mais cautela. É fundamental avaliar o impacto dessas regulamentações na expansão do setor e, principalmente, na mitigação dos riscos associados. A inovação deve caminhar ao lado da segurança. A tecnologia precisa ser uma aliada, e não uma fonte de novas exposições não mitigadas. O cenário exige análises contínuas e um olhar conservador para que a modernização ocorra de forma sustentável, protegendo vidas, patrimônios e garantindo a viabilidade econômica para todos os envolvidos.

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Gestão de Riscos: Uma Perspectiva Estratégica e Inovadora

 No cenário atual, a incerteza é uma constante. No entanto, a forma como as organizações encaram e gerenciam essa incerteza é o que define sua longevidade e sucesso.Essa foi exatamente a essência da conversa com Pedro Barbato Filho, no programa da @Rádio Imprensa FM, SP, 30 junho 2025, 07:00 h* Exploramos juntos como a Gestão de Riscos vai além de mitigar ameaças, e se consolida como um catalisador de oportunidades e um motor de valor, permitindo às sociedades e empresas não apenas mitigar ameaças, mas explorar oportunidades e alavancar o crescimento sustentável. Como isso funciona? 1) Nas sociedades e empresas como alavanca para o sucesso. O mapeamento, análise de vulnerabilidades e programas de melhorias dos riscos são investimentos para: a) Alocação mais inteligente de recursos e priorização de investimentos. b) Governança, Confiança e credibilidade de investidores e clientes. c) Otimização de Custos, melhores condições de seguro e prevenção de sinistros. d) Continuidade Operacional e proteção contra imprevistos.Evite os erros comuns: Subestimar riscos; Não alinhar riscos com a estratégia empresarial; Comprar seguros inadequados; Focar apenas no preço; Negligenciar prevenção; Má gestão de sinistros; 2) Para Corretores e Seguradoras como transformação de seu papel e criação de valor diferenciado: a) Fidelização de Clientes: Ofereça gestão de riscos, não apenas apólices. b) Precificação Inteligente: Entenda o perfil de risco para ofertas competitivas. c) Inovação em Produtos: Desenvolva soluções customizadas que realmente agregam valor.Mensagem aos Corretores (e não importa se pequenos, médios ou grandes): Torne-se um Consultor - o conhecimento é um diferencial competitivo imbatível. Eduque seus clientes, faça parcerias estratégicas e entregue valor para muito além da venda de apólices.3) Resiliência: Eventos climáticos extremos estão na lista dos maiores riscos globais da próxima década. Integrar sustentabilidade na gestão de riscos não é uma opção, é uma necessidade urgente para um futuro mais seguro.Essa troca de ideias fica como um convite à reflexão: o que a sua empresa está fazendo para gerenciar incertezas e risos; e transformá-las em resiliência e alavancas de desempenho? Qual a importância de alinhar o gerenciamento de riscos à estratégia corporativa?Programas de Gestão de Riscos e Seguro são ativos estratégicos habilitadores de crescimento, liberando capital e viabilizando projetos que impulsionam a inovação.Estamos prontos para transformar incertezas em sucesso e construir um futuro mais resiliente? Compartilhe sua opinião nos comentários! #GestaoDeRiscos #RiskManagement #Seguros #ESG #Lideranca #Inovacao #Resiliencia #AlfredoChaia Risk Veritas

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Nova Política Marítima Nacional (PMN)

Decreto 12.481/2025 redefine uso do mar e das águas interiores no Brasil. O Marco Legal aponta governança e uso sustentável dos recursos marítimos e das águas interiores do Brasil. Por que é importante?  A PMN vai além da segurança e defesa; e reúne aspectos sociais, econômicos, ambientais, tecnológicos e jurídicos para orientar as atividades relacionadas à segurança e uso do mar, das águas interiores, do leito e do subsolo marinhos; ilhas costeiras e oceânicas; e outras áreas marítimas e marinhas de interesse nacional. Princípios e Objetivos - alguns destaques: - Defesa da soberania brasileira: Garantir o controle e a proteção dos espaços marítimos e fluviais de interesse nacional. Reforça o papel estratégico do Brasil em espaços como a Antártica. Sustentabilidade e inovação: Estímulo a práticas sustentáveis e à adoção de tecnologias inovadoras no setor marítimo. Integração: Fomento à colaboração entre governos, empresas e sociedade civil. Diversidade: Promoção da participação feminina e combate à discriminação em atividades marítimas. Ciência & Tecnologia: Incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor. Economia azul: Expansão de atividades econômicas relacionadas ao mar, com segurança jurídica e proteção ambiental. Impactos Estratégicos - A PMN reforça questões globais e regionais, como: Segurança marítima: aprimoramento e integração de informações de navegação, infraestruturas, auxílios à navegação e segurança do tráfego aquaviário, geoinformação marinha e fluviolacustre. Mudanças climáticas: incremento para prevenção, resposta e adaptação, mitigação e reparação de desastres ambientais, efeitos das mudanças do clima ou atividades humanas que venham a impactar ambientes marinho, costeiro e fluviolacustre; Gestão de resíduos e emissões: estímulo ao controle e de redução da geração de resíduos sólidos e das emissões de poluentes pelo transporte aquaviário. Oportunidades para os Setores Envolvidos: A PMN é especialmente relevante para intervenientes nas áreas de navegação, portuária e ambiental: - Inovação tecnológica: Desenvolvimento de soluções para segurança e eficiência no transporte marítimo. - Colaboração internacional: Participação em iniciativas globais de conservação e uso sustentável dos oceanos. Investimentos sustentáveis: Expansão de negócios alinhados à economia azul. Visão Geral dos Impactos Estratégicos Normalmente, um marco regulatório é um evento de mudança sistêmica que representa uma transformação estrutural. Cria tanto oportunidades, quanto novos vetores de risco para os setores impactados e requer reavaliação completa das matrizes de risco organizacionais. 1) Desafios de Implementação: Coordenação institucional entre múltiplos órgãos reguladores e necessidade de investimentos massivos. 2) Offshore: O Brasil possui uma das maiores reservas de petróleo em águas profundas do mundo, com o pré-sal representando cerca de 70% da produção nacional; com desafios Tecnológicos de Operações em águas ultraprofundas; e Logísticos de Suporte offshore complexo; além das necessárias pressões ambientais e de sustentabilidade. Novas exigências podem impactar cronogramas e custos operacionais. Pressão por inovação pode tornar ativos atuais obsoletos prematuramente. Enquanto traz oportunidades de desenvolvimento de tecnologias limpas como diferencial competitivo. 3) Cabotagem Nacional: representa 11% da matriz de transporte de cargas (vs. 40% nos EUA). Desafios de Infraestrutura com portos congestionados e dragagem insuficiente, e predominânciade Petróleo e derivados (60%), contêineres (25%). Riscos Operacional de novas exigências de segurança marítima. Compliance e Adaptação a sistemas integrados de informação de navegação. 4) Terminais Portuários: São 37 portos públicos e +130 terminais privados movimentando apx 1,2 bilhão de toneladas anuais - Santos 175 mio toneladas/ano; Paranaguá 65 mio toneladas/ano. Itaguaí/Sepetiba 60 mio toneladas/ano. Os Terminais Privados (TUPs) tiveram crescimento de 40% na última década; com maior eficiência operacional. Matriz de Riscos: Infraestrutura: Necessidade de investimentos em modernização tecnológica. Ambiental: Gestão de resíduos e emissões com padrões mais rigorosos. Cibersegurança: Integração de sistemas aumenta superfície de ataque. Regulatório: Adaptação a novos marcos de governança. Enquanto podem estimular o desenvolvimento de portos inteligentes (smart ports); certificações ambientais como diferencial competitivo; e expansão das parcerias público-privadas para infraestrutura. 5) Corredor Hidroviário: O Centro-Oeste é responsável por 50% da produção nacional de soja e 40% do milho, e nesse contexto o Corredor Centro-Oeste → Arco Norte assume importância estratégica como rota eficiente para exportação. Hidrovia Teles Pires-Tapajós; Tocantins-Araguaia; Paraguai-Paraná. 6) Portos do Arco Norte: Posicionamento Estratégico oferece redução de 1.000-1.500 km nas rotas de exportação comparado aos portos do Sudeste. Santarém (PA); Itacoatiara (AM); Vila do Conde/Barcarena (PA); São Luís (MA): Riscos Climático: Variações hidrológicas impactando navegabilidade. Ambiental: Pressões regulatórias sobre áreas sensíveis; Geopolítico: Dependência de infraestrutura crítica nacional; Riscos Operacionais: Gargalos de integração modal; Tecnológico: Defasagem em sistemas de monitoramento; Regulatório: Harmonização entre diferentes jurisdições Oportunidades de Economia de Escala pela redução de custos logísticos para o agronegócio; e de Sustentabilidade como modal hidroviário como alternativa verde; além de Integração Regional pelo fortalecimento de corredores de exportação. Fatores Críticos de Sucesso: Visão Sistêmica: Compreender interconexões entre setores. Agilidade Adaptativa: Capacidade de resposta rápida a mudanças. Sustentabilidade Integrada: ESG como core business, não compliance. Inovação Colaborativa: Parcerias para desenvolvimento conjunto. Para profissionais e empresas dos setores navegação, portuária, ambiental, compreender e se alinhar a essa política não é apenas uma vantagem competitiva - é uma necessidade estratégica. Como sua organização pode se posicionar para aproveitar as oportunidades geradas pela Política Marítima Nacional? 

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Incêndio no Transporte de Veículos Elétricos

Transporte de Veículos Elétricos Incêndio no navio Morning Midas (Pure Car and Truck Carrier PCTC), em 3 junho 2025. De acordo com a Guarda Costeira dos EUA, o navio transportava 3.159 veículos, incluindo 65 veículos totalmente elétricos e 681 veículos elétricos híbridos parciais; além de aproximadamente 350 toneladas métricas de gás combustível e 1.530 toneladas métricas de óleo combustível (VLSFO), o que representa riscos ambientais associados a vazamentos de combustível e carga. A fumaça foi detectada pela primeira vez emanando de um convés contendo veículos elétricos; mas não há informações sobre qual veículo (e marca !!!!) responsável pelo início do incêndio. Apesar dos esforços imediatos de combate a incêndios utilizando sistemas de bordo, a tripulação não conseguiu controlar o incêndio, sendo necessário abandonar a embarcação. Em 5 de junho o navio continuava a queimar aproximadamente 300 milhas ao sul de Adak, no Alasca. O primeiro rebocador de salvamento, transportando especialistas e equipamentos especializados, deverá chegar ao local por volta de 9 de junho. Veículos Elétricos e Segurança Contra Incêndios: O incidente do Morning Midas destaca as complexidades do transporte marítimo de carga, especialmente com o aumento do transporte de veículos elétricos e híbridos. Conclusão: O uso de baterias evolui e não é provável sejam substituídas por outras tecnologias no curto prazo. Entretanto, o risco de incêndio se agrava por sobrecarga, abuso mecânico ou térmico, curto-circuito e falhas internas das células com aumento descontrolado da temperatura ("fuga térmica") e liberação gases resultando em explosão ou fogo propagando-se para células adjacentes. Estacionamentos subterrâneos (particularmente aqueles equipados com estações de recarga) estão expostos a danos consequenciais e de responsabilidade decorrentes de eventos com veículos elétricos. Este incidente sublinha (mais uma vez) os desafios contínuos enfrentados pela indústria em relação aos veículos elétricos (EVs); e a importância de melhores protocolos de segurança no manuseio e armazenamento de veículos elétricos; além de estratégias aprimoradas de resposta a incêndios - no mar e na armazenagem em terra. 

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Sumário Executivo da IT CBPMESP 01_2025 (Resumo)

AVCB: alterações na vigência segundo a IT CBMSP nº 01/2025 A segurança contra incêndios em edificações é um dos pilares fundamentais da proteção à vida e ao patrimônio. Nesse contexto, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) constitui-se como instrumento essencial para a regularização e o funcionamento seguro de imóveis. A recente atualização da Instrução Técnica nº 01/2025, promovida pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), trouxe mudanças significativas na forma de prorrogação da validade do AVCB. https://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/# https://cbaplang.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetCB/#/LegislacaoConsulta Sumário Executivo A IT CBMSP nº 01/2025 introduziu alterações na vigência do AVCB, permitindo a sua prorrogação por um ano, caso a edificação atenda a determinados requisitos. A principal mudança é a possibilidade de prorrogação automática, desde que os documentos necessários, como o atestado de credenciamento em OCM, estejam anexados ao protocolo de vistoria.  Prorrogação do AVCB: - A vigência do AVCB pode ser estendida por até um ano se a edificação atender aos critérios estabelecidos na IT 44 ou participar de um Organismo de Cooperação Mútua (OCM) devidamente credenciado.  - Para que a prorrogação seja automática, é necessário que, no momento da vistoria que gerou o AVCB, estejam anexados documentos como o atestado de credenciamento em OCM, vigentes.  - A prorrogação é um processo mais automático, com critérios objetivos, visando facilitar o cumprimento das exigências do Corpo de Bombeiros.  - A atualização da IT 01/2025 trouxe mudanças significativas na forma de prorrogação do AVCB, simplificando o procedimento para os proprietários e responsáveis pelas edificações.  Outras informações relevantes: A IT 01/2025 foi publicada em 18 de fevereiro de 2025 e substituiu a IT 01/2019, que tratava dos procedimentos administrativos.  A Portaria CCB-004/800/2025 de 19 de março, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, fez alterações na IT 01/2025.  O AVCB é um documento essencial que garante a segurança contra incêndio em edificações, e a sua prorrogação visa facilitar a manutenção da segurança, desde que atendidas as condições da IT 01/2025.  Em resumo: A IT CBMSP nº 01/2025 estabelece que a prorrogação do AVCB por um ano é possível desde que a edificação esteja devidamente credenciada em OCM ou atenda aos requisitos da IT 44. O processo de prorrogação passa a ser mais automático, com critérios objetivos, e visa facilitar o cumprimento das exigências do Corpo de Bombeiros Ampliação de prazos e desburocratização  A Instrução Técnica nº 01/2025 do CBPMESP, atualizada pela Portaria nº CCB 004/800/25, promoveu importantes modificações no item 6.6.1.4, que trata da prorrogação da vigência do AVCB. A nova redação, mais objetiva e alinhada a práticas administrativas contemporâneas, simplifica e amplia o prazo de validade do documento, estabelecendo critérios claros e tecnológicos.  No texto anterior, a prorrogação do AVCB era condicionada à solicitação via Formulário de Atendimento Técnico (FAT), antes do vencimento da licença, e limitada a um ano. Essa extensão dependia da comprovação de participação ativa em Organismo de Cooperação Mútua (OCM) ou do cumprimento dos requisitos da IT 44. Exigia-se ainda o pagamento da taxa de vistoria e a documentação comprobatória da condição alegada. Além disso, a validade da prorrogação dependia do prazo mais restritivo entre a data de emissão do AVCB e a validade da documentação apresentada, mantendo-se, em paralelo, a possibilidade de vistoria técnica a qualquer tempo.  Com a atualização, o procedimento passa a ser mais automático e com critérios objetivos: o AVCB terá sua validade estendida em um ano, desde que, no momento do protocolo de vistoria que originou o documento, já estejam anexados documentos vigentes, que podem ser o atestado de credenciamento em OCM emitido pelo CBPMESP ou o certificado ISO 14.001 (ou norma similar) que comprove responsabilidade ambiental – esse último alinhado à IT 44. A mudança não exige solicitação posterior nem documentação complementar, priorizando a apresentação prévia e a regularidade documental no ato inicial do licenciamento.  A nova redação elimina a necessidade de tramitação burocrática adicional (como o FAT e o pagamento específico de taxa de prorrogação), o que representa um avanço em eficiência administrativa e previsibilidade para os responsáveis técnicos e gestores de edificações. A referência explícita à Tabela de Vigência do Anexo K reforça o alinhamento da prorrogação com os demais dispositivos normativos da própria IT.  Em síntese, a atualização do item 6.6.1.4 da IT 01/2025 representa uma modernização nos processos de renovação de licenças, focando em estímulo à regularização ambiental e integração entre responsabilidade corporativa e segurança contra incêndios. A norma reconhece e valoriza boas práticas ambientais e cooperativas, estabelecendo um caminho mais ágil e seguro para a manutenção da regularidade predial junto ao CBPMESP. 

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Sumário Executivo da IT CBPMESP 01_2025

Introdução: A segurança contra incêndios em edificações é um dos pilares fundamentais da proteção à vida e ao patrimônio. Nesse contexto, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) constitui-se como instrumento essencial para a regularização e o funcionamento seguro de imóveis. A Instrução Técnica (IT) CBPMESP nº 01/2025, atualizada pela Portaria nº CCB 004/800/25, publicada em 20 de março de 2025, estabelece os procedimentos administrativos para a segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo. A recente atualização da Instrução Técnica nº 01/2025, promovida pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), trouxe mudanças significativas na forma de prorrogação da validade do AVCB. Este sumário executivo detalha os aspectos mais relevantes da norma. https://www.corpodebombeiros.sp.gov.br https://cbaplang.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetCB/#/LegislacaoConsulta Sumário Executivo da IT CBPMESP nº 01/2025 1. Objetivos e Finalidades O propósito central da IT CBPMESP nº 01/2025 é estabelecer critérios claros e padronizados para o processo de segurança contra incêndio em edificações e áreas de risco, garantindo a conformidade com o Regulamento de Segurança contra Incêndio vigente no Estado de São Paulo. Conforme o item 1.1, a instrução visa "Estabelecer critérios para o processo de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco, atendendo ao previsto no Regulamento de Segurança contra Incêndio em edificações e áreas de risco". Sua aplicação abrange todos os processos de segurança contra incêndio adotados pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), conforme item 2.1. Em essência, a IT busca uniformizar as exigências, otimizar os procedimentos e assegurar um nível adequado de proteção à vida e ao patrimônio. 2. Principais Alterações A IT CBPMESP nº 01/2025, por ser uma atualização, incorpora diversas mudanças e reforça a digitalização dos processos. As principais alterações e destaques incluem: Digitalização Completa dos Processos: Há um forte enfoque na utilização do sistema "Via Fácil Bombeiros" (VFB) para todas as etapas, desde a submissão de projetos (PT, PTS, PTOT, PTOTEP) e solicitações de vistoria até a comunicação formal via Formulário para Atendimento Técnico (FAT). Isso exige que os documentos, especialmente as plantas, sejam apresentados em formatos digitais específicos (.dwf para plantas, .pdf para memoriais e atestados), com rigorosas especificações de escala, cores e tamanho de arquivo (itens 5.2.3.1 e 5.2.4). Prazos de Vigência de Licenças: A Portaria nº CCB 004/800/2025 atualiza os prazos de vigência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e do Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB), conforme detalhado no Anexo K. Extensão de Vigência de Licenças: É introduzida uma possibilidade de extensão da validade do AVCB em 1 (um) ano, mediante a apresentação de documentos específicos como Atestado de credenciamento em Organismo de Cooperação Mútua (OCM) ou Certificado ISO 14.001 (item 6.6.1.4). Uma provisão temporária de 180 dias a partir da publicação da IT permite a solicitação dessa extensão sob certas condições (item 6.6.1.4.1). Validade da Taxa de Análise: O pagamento da taxa de análise de projeto agora permite múltiplos protocolos de retorno (re-análises) por um período de 2 (dois) anos a partir da emissão do primeiro parecer "comunicado", sem a necessidade de novo pagamento (item 5.6.3.3). Prazos para Ocupações Temporárias: O prazo máximo de vigência da licença para circos e parques de diversões foi estendido para 180 dias, prorrogável por igual período (item 5.4.3). 3. Impactos Operacionais As mudanças introduzidas pela IT 01/2025 terão impactos significativos tanto para os responsáveis técnicos e proprietários quanto para o próprio CBPMESP: Para os Responsáveis Técnicos e Proprietários: Adaptação Tecnológica: A obrigatoriedade do uso do sistema VFB e dos formatos digitais exige que os profissionais e empresas invistam em softwares e capacitação para atender às especificações de desenho e submissão. Por exemplo, a exigência de plantas em formato .dwf com escala 1:1 e coordenadas SIRGAS2000 (item 5.2.3.1.1) demanda precisão e conhecimento técnico específico. Maior Responsabilidade na Submissão: O responsável que insere os dados no VFB assume a veracidade das informações (item 6.1.3.3), o que reforça a necessidade de rigor na elaboração e conferência dos documentos. Planejamento Antecipado: Prazos definidos para análise (30 dias úteis para PT) e vistoria (30 dias úteis) exigem um planejamento mais robusto dos projetos e eventos. Para ocupações temporárias, o protocolo deve ser feito com antecedência mínima de 7 dias para análise e 2 dias úteis para vistoria (itens 5.4.8.3 e 6.1.13). Para o CBPMESP: Otimização de Fluxos: A digitalização visa agilizar a análise e vistoria, reduzindo a necessidade de manuseio de documentos físicos e centralizando as informações. Padronização de Análise: A clareza nas exigências de documentação e formatos facilita a padronização dos procedimentos de análise pelos agentes do SSCI. Gestão de Prazos: A IT estabelece prazos máximos para as respostas e vistorias, o que demanda uma gestão eficiente dos recursos internos para cumpri-los. 4. Requisitos de Conformidade A conformidade com a IT 01/2025 é mandatório para a obtenção e manutenção das licenças do CBPMESP. Os principais requisitos incluem: Tipos de Projeto: A escolha do tipo de projeto (PT, PTS, PTOT, PTOTEP) deve seguir rigorosamente os critérios de área, altura, ocupação e sistemas de segurança da edificação (item 5.1). Por exemplo, edificações com área superior a 750 m² e mais de três pavimentos, ou que possuam sistemas de chuveiros automáticos, devem apresentar Projeto Técnico (PT) (item 5.2.1). Documentação Completa e Correta: A submissão deve incluir todos os documentos exigidos para cada tipo de projeto (formulários, procurações, comprovantes de responsabilidade técnica, memoriais, plantas, atestados, etc.), seguindo os formatos e especificações técnicas detalhadas na IT (itens 5.2.2 e 6.2). Especificações de Plantas: As plantas devem aderir a padrões gráficos específicos, incluindo o uso de símbolos gráficos da IT 04, cores padronizadas (vermelho para medidas de segurança, preto para demais linhas), e informações obrigatórias no carimbo (itens 5.2.3.1 e 5.2.3.2). Comprovantes de Responsabilidade Técnica (ART/RRT): É fundamental a apresentação de comprovantes de responsabilidade técnica para a elaboração do projeto e para a instalação/manutenção das medidas de segurança contra incêndio, bem como para sistemas específicos (gás, geradores, elétricos, etc.) (item 6.2.1). Atestado de Brigada de Incêndio: Atestado de formação de brigada é um documento essencial para a vistoria, comprovando que os ocupantes receberam treinamento em segurança e prevenção contra incêndio (item 6.2.2). Manutenção das Condições Originais: A licença do CBPMESP está condicionada à manutenção das características originais da edificação e das medidas de segurança contra incêndio licenciadas (item 4.2). Alterações significativas podem exigir a substituição ou atualização do Projeto Técnico (itens 5.2.7 e 5.2.8). 5. Benefícios Esperados A implementação da IT CBPMESP nº 01/2025 traz uma série de benefícios para o ecossistema de segurança contra incêndio: Maior Eficiência e Agilidade: A padronização e a digitalização dos processos via VFB prometem reduzir o tempo de análise e vistoria, beneficiando os empreendedores e responsáveis por edificações. Transparência e Rastreabilidade: O sistema VFB permite o acompanhamento do status dos processos e a consulta pública da autenticidade das plantas aprovadas (item 5.2.5.1), aumentando a transparência. Redução de Erros e Inconsistências: A clareza nas exigências de documentação e formatos minimiza a ocorrência de erros na submissão, otimizando o trabalho de todos os envolvidos. Segurança Jurídica: A IT detalha os procedimentos para anulação, cancelamento e retificação de licenças, bem como para a atuação de Comissões Técnicas em casos complexos ou de recurso (itens 6.7 e 9), conferindo maior segurança jurídica aos processos. Incentivo à Qualidade Técnica: A exigência de comprovantes de responsabilidade técnica e a possibilidade de extensão de licenças para edificações com certificações de qualidade (ISO 14.001) incentivam a excelência na gestão da segurança contra incêndio. Adaptação a Novas Realidades: A previsão de Comissões Técnicas para avaliar soluções não convencionais, normas internacionais ou novas tecnologias (item 9.5.1) demonstra a flexibilidade da norma para se adaptar à evolução do setor. 6. Prazo de Implementação A IT CBPMESP nº 01/2025 já está em vigor desde a sua publicação em 20 de março de 2025. Os prazos para as diversas etapas do processo são: Análise de Projeto Técnico (PT): O SSCI tem um prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis para analisar o Projeto Técnico (item 5.2.4.13). Análise de Formulário para Atendimento Técnico (FAT): O prazo para resposta é de 10 (dez) dias úteis, podendo ser estendido para 30 (trinta) dias úteis em casos de maior complexidade encaminhados à instância superior (itens 8.4.1 e 8.4.2.1). Realização de Vistoria Técnica de Licenciamento: O SSCI tem um prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis para a realização da vistoria (item 6.8.1). Protocolo de PTOT/PTOTEP: O Projeto Técnico para Ocupação Temporária (PTOT) deve ser protocolado com antecedência mínima de 7 (sete) dias para análise (item 5.4.8.3), e a solicitação de vistoria para PTOT/PTOTEP com antecedência mínima de 2 (dois) dias úteis em relação à data do evento (item 6.1.13). Prazo para Complementação de Documentação Pós-Vistoria: Após a vistoria com parecer aprovado, o responsável tem até 30 dias para apresentar a documentação exigida, sob pena de alteração do status para "Comunicada". Caso a documentação não seja apresentada em até 1 (um) ano, será necessário solicitar nova vistoria e pagar nova taxa (itens 6.2.7 e 6.2.7.2). Período de Transição para Extensão de Licença: Há um período de 180 dias a contar da publicação da IT para que a extensão da vigência da licença do CB possa ser solicitada sob condições específicas (item 6.6.1.4.1). Em suma, a IT CBPMESP nº 01/2025 representa um avanço significativo na modernização e padronização dos procedimentos de segurança contra incêndio em São Paulo, com foco na digitalização e na clareza das exigências, visando maior eficiência e segurança para a sociedade. Extensão da Validade do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) é um ponto importante e relativamente novo na IT CBPMESP nº 01/2025, trazendo um benefício para edificações que demonstram um nível adicional de conformidade e responsabilidade. Vamos detalhar como funciona: Extensão da Validade do AVCB A IT CBPMESP nº 01/2025, em seu item 6.6.1.4, estabelece que o AVCB pode ter sua validade estendida em 1 (um) ano além do prazo originalmente estipulado na Tabela de prazos de vigência das licenças emitidas pelo CBPMESP (Anexo K). Para que essa extensão seja concedida, é necessário que, no protocolo de vistoria que deu origem ao AVCB, sejam anexados documentos vigentes que comprovem um dos seguintes critérios: 1. Atestado de credenciamento em Organismo de Cooperação Mútua (OCM) emitido pelo CBPMESP: Isso significa que a edificação ou a empresa responsável por ela possui um credenciamento junto a um OCM reconhecido pelo próprio Corpo de Bombeiros. Um OCM geralmente atua na fiscalização e acompanhamento das medidas de segurança, garantindo um nível de conformidade contínuo. 2. Certificado ISO 14.001 ou norma similar, internacionalmente reconhecida, que ateste a responsabilidade ambiental no desenvolvimento de suas atividades: Este critério visa reconhecer edificações ou empresas que possuem sistemas de gestão ambiental certificados. Embora a ISO 14.001 seja focada em gestão ambiental, sua inclusão aqui sugere que organizações com altos padrões de gestão e conformidade em uma área (ambiental) são vistas como mais propensas a manter altos padrões em outras áreas, como a segurança contra incêndio. Exemplo Prático: Se uma edificação comercial (Grupo C-1) tem um AVCB com validade de 3 anos (conforme Anexo K), ao apresentar um dos documentos acima no momento da solicitação da vistoria que gerou esse AVCB, ela poderá ter a validade estendida para 4 anos. Provisão Temporária para Solicitação da Extensão (NR Portaria Nº CCB - 004/800/2025) O item 6.6.1.4.1 da IT 01/2025, que foi atualizado pela Portaria Nº CCB - 004/800/2025, estabelece uma janela de 180 dias a contar da publicação desta IT (20 de março de 2025) para que a extensão da vigência da licença do CB possa ser solicitada, mesmo que não tenha sido anexada no protocolo original. Para se beneficiar dessa provisão temporária, as seguintes condições devem ser atendidas: A solicitação deve ser realizada por meio de um Formulário para Atendimento Técnico (FAT). A licença (AVCB) ainda deve estar vigente no momento da solicitação. O interessado deve apresentar um dos documentos elencados nas letras "a" e "b" do item 6.6.1.4 (Atestado OCM ou Certificado ISO 14.001). O comprovante de responsabilidade técnica referente à manutenção das medidas de segurança contra incêndio deve ser apresentado. A extensão da vigência será de até mais 01 (um) ano, contada a partir do término da vigência da licença do CB original. O deferimento da extensão será feito somente após uma vistoria técnica de fiscalização no local. Implicação da Provisão Temporária: Essa provisão é uma oportunidade para edificações que já possuíam as certificações ou credenciamentos antes da publicação da IT, mas que não os anexaram no momento da vistoria original, ou para aquelas que obtiveram essas certificações recentemente e desejam estender a validade de seu AVCB já existente. A necessidade de uma vistoria de fiscalização para o deferimento da extensão reforça o compromisso do CBPMESP com a manutenção das condições de segurança. Em resumo, a extensão da validade do AVCB é um incentivo para que as edificações busquem e mantenham certificações de qualidade e responsabilidade, reconhecendo que tais práticas contribuem para um ambiente mais seguro e bem gerenciado.

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Programas de Preparação, Prontidão e Resposta para Emergências Ambientais

E se o próximo MSC ELSA 3 afundar no seu porto? Índia, 25 Maio 2025. O porta-contêineres MSC ELSA 3 (construído em 1997, 28 anos de existência) afundou na costa de Cochim, Índia, após uma forte inclinação que se desenvolveu aproximadamente 38 milhas náuticas do porto. O incidente teve início quando a embarcação relatou uma inclinação de 26 graus a caminho de Cochim. As operações iniciais de resgate da Guarda Costeira Indiana evacuaram com sucesso 21 tripulantes, enquanto o capitão, o engenheiro-chefe e o segundo engenheiro permaneceram a bordo para auxiliar nas operações de salvamento planejadas. No entanto, nas primeiras horas de 25 de maio, a embarcação sofreu alagamento em um de seus porões e virou. Ocorre que a embarcação transportava 640 contêineres, sendo 13 com cargas perigosas (incluindo calcium carbide) e mais de 450 toneladas de combustíveis a bordo. O evento expôs um cenário crítico e recorrente nos corredores portuários do mundo - risco ambiental iminente associado ao transporte de carga perigosa instável; além de capacidade de resposta limitada ao tempo e à coordenação. O que teria acontecido se esse naufrágio ocorresse ao lado de um terminal? Em um único evento, a operação pode ser impactada por: Interrupção logística imediata e prolongada, e perda de receita associada; Investigação ambiental e penalidades regulatórias; Exposição pública e riscos reputacionais; Ações civis e criminais por negligência operacional. Programas de Preparação, Prontidão e Resposta para Emergências Ambientais No atual cenário de pressão por práticas ESG reais e riscos operacionais complexos, a preparação bem estruturada para emergências deixou de ser protocolar – é uma exigência estratégica que precisa considerar: - Diagnóstico de vulnerabilidades e riscos ambientais específicos do terminal; - Protocolos e planos de ação coordenados com autoridades locais (IBAMA, Marinha, Defesa Civil); - Treinamento e simulação com operadores e equipes técnicas locais; - Monitoramento contínuo de prontidão; - Inteligência para antecipar, reagir e comunicar com assertividade Seu terminal está pronto? Se a resposta não for um "sim" com convicção e dados, é hora de agir.

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