Da Frota à Receita Verde: Como a Descarbonização do Transporte pode Gerar Receita com Créditos de Carbono

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O setor de transporte experimenta desafios no controle de emissões de gases de efeito estufa (GEE), no entanto também estão sendo geradas novas oportunidades. Empresas que investem na descarbonização de suas frotas reduzem o impacto ambiental de suas operações, mas também podem gerar receita extra com a venda de créditos de carbono.

A Jornada do Crédito de Carbono: Do Combustível Fóssil à Monetização

Um crédito de carbono representa a redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2​) equivalente. Para gerar esses créditos, uma empresa precisa demonstrar que sua iniciativa de descarbonização é adicional, ou seja, que a redução de emissões só aconteceu por causa da sua ação.

A eletrificação da frota ou a transição para biocombustíveis são possibilidades de reduzir as emissões diretas de carbono dos veículos; e uma empresa pode quantificar a quantidade de GEE que deixou de emitir.

Para gerar créditos, o projeto deve estabelecer uma linha de base (baseline), que é o nível de emissões que a frota teria se continuasse usando combustíveis fósseis. A diferença entre essa linha de base e as emissões reais (nulas, no caso do veículo elétrico) se traduz em créditos de carbono.

O processo de certificação segue uma metodologia rigorosa, supervisionada por padrões internacionais como o Verra (Verified Carbon Standard) ou o Gold Standard. Ambas as plataformas oferecem metodologias específicas para projetos de transporte, garantindo que as reduções de emissões sejam reais, permanentes e verificáveis.

O Processo de Geração de Créditos na Prática

Independentemente do caminho escolhido (eletrificação ou biocombustíveis), o processo de geração de créditos de carbono segue etapas bem definidas:

  1. Desenho do Projeto: A empresa elabora um documento detalhado, com o auxílio de consultores, descrevendo o projeto, a metodologia a ser usada e o plano de monitoramento.
  2. Validação: Um auditor independente credenciado verifica se o projeto está de acordo com as regras do padrão escolhido (Verra ou Gold Standard).
  3. Registro: Após a validação, o projeto é registrado na plataforma.
  4. Verificação: A empresa monitora e coleta dados anualmente (ou em períodos pré-determinados). Um auditor externo verifica se os dados são precisos e se as reduções de emissões foram alcançadas.
  5. Emissão e Venda: Se a verificação for aprovada, os créditos de carbono são emitidos e podem ser vendidos no mercado voluntário para empresas que desejam compensar suas próprias emissões.

Conclusão: Uma Estratégia de Negócios Sustentável

A descarbonização de frotas é mais do que uma tendência; é uma estratégia de negócios que alinha sustentabilidade com resultados financeiros. A capacidade de monetizar a redução de emissões por meio do mercado de carbono oferece um retorno sobre o investimento que vai além da economia de combustível, fortalecendo a reputação da empresa e atraindo investidores cada vez mais atentos às práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança). O futuro do transporte é verde, e as empresas que agem agora terão uma vantagem competitiva significativa.

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